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No coração do Cerrado, casa em estilo wabi-sabi é exemplo de integração entre natureza e tecnologia

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Projeto do escritório Angela Castilho Arquitetura e Interiores, em Alto Paraíso de Goiás, conta com iluminação da Dessine e automação da Vansati

Localizada no nordeste do estado de Goiás, Alto Paraíso é uma das joias do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro. Portadora do título de Patrimônio Natural da Humanidade, concedido pela Unesco em 2001, a cidade abriga o distrito de São Jorge, porta de entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Turistas do mundo inteiro são atraídos pela beleza e simplicidade do lugar, com mais de 120 cachoeiras catalogadas, deslumbrantes desfiladeiros, formações de cristais de quartzo e rochas com mais de um bilhão de anos.

É nessa atmosfera bucólica e especial que surge a Casa Capim Santo, projeto do escritório Angela Castilho Arquitetura e Interiores desenvolvido para uma cliente da Inglaterra. Em estilo wabi-sabi, tendência inspirada pela cultura zen-budista e baseada nas formas orgânicas, na beleza do transitório e no minimalismo, a casa conta com pouco mais de 300 metros de área útil e um grande jardim, fora do convencional.

A Dessine, referência em projetos de iluminação de alto padrão na capital federal, e a Vansati, empresa com foco em tecnologia para casas inteligentes, foram convidadas pela arquiteta para colaborar com os projetos luminotécnico e de automação integrados.

SENSORIAL

“A casa tem o estilo wabi-sabi, que a gente já vem fazendo há algum tempo, e que é muito interessante, porque é mais do que um estilo de arquitetura e decoração, é um propósito de vida”, afirma a arquiteta Angela Castilho. “É o estilo mais sensorial de todos. Ele trabalha os cinco sentidos. E a iluminação e a tecnologia da automação têm importância imensa no sensorial. Desde a funcionalidade até o clima de romance, a sensação de acolhimento que a luz correta oferece para a gente”, explica.

Nesse contexto, para a arquiteta, o destaque não é a “luz”, mas, sim, o “efeito” dela. “Não há destaque para as lâmpadas, para as luminárias em si. O que tem que ter destaque é o quadro, o barro, o adorno, é o clima que está sendo gerado. Então, quanto menos se ‘olhar’ para a luz, e mais se ‘sentir’ a iluminação, melhor é o resultado”, afirma. Para isso, ela destaca a importância da qualidade das luminárias e a tecnologia certa da luminária adequada para cada lugar, que conferem ao projeto um resultado de IRC (índice de reprodução de cor) que mais se assemelha à luz solar. “Fica aquela sensação de ‘de onde vem essa luz?’, uma impressão de que vazou um raiozinho de luz de sol em cada ponto que se quis iluminar”, diz Angela.

CONFIANÇA

Em relação à parceria com a Dessine, a arquiteta destaca a expertise da empresa e o profundo cuidado luminotécnico, necessários para o sucesso do projeto. “Não é em todo lugar que a gente consegue esse critério tridimensionado. Porque é um ‘brinquedo de lego’ difícil de montar. A hora que você começa a montar a iluminação, você está com o projeto só na sua cabeça, não está pronto ainda. E além de você enxergar o seu projeto, você tem que enxergar a textura, as cores, as luzes e as sombras. É um trabalho para profissionais de calibre. E eu não arrisco em qualquer lugar”, afirma a profissional.

“O meu trabalho, em particular, com a Angela, é um trabalho de parceria muito longa. É uma história de vida”, comenta Flávia Andrade, sócia-diretora da Dessine e colaboradora da arquiteta há cerca de três décadas. “A gente sempre senta, discute detalhe por detalhe do perfil do cliente, tudo com muita atenção”, afirma a especialista em iluminação.

ATMOSFERAS

Segundo Flávia, foram vários os desafios para compor uma iluminação harmônica, que atendesse a funcionalidade necessária e respeitasse as atmosferas pretendidas em cada ambiente. “Como a casa tem a cozinha integrada com a sala de jantar, a gente teve todo o cuidado de ter uma iluminação funcional na cozinha e ao mesmo tempo uma iluminação ambiente que não atrapalhasse o aconchego que a gente fez na sala. Além disso, queríamos a possibilidade de ter um ambiente mais claro, mas que não tirasse a luz de destaque que a gente fez em todos os ambientes”, afirma. “Para criar atmosferas, também trabalhamos com pendentes artesanais, algo que a Angela sempre gosta de colocar para dar o clima, especialmente em se tratando de wabi-sabi e, neste caso, de uma residência em um local tão singular como Alto Paraíso”.

SINERGIA

Para Flávia, juntar a iluminação da Dessine com a automação feita pela Vansati, ou seja, o controle de luz inteligente, foi fundamental para o projeto. “Foi tudo muito bem pensado para que, ao entrar em cada ambiente, a pessoa possa escolher exatamente o tipo de luz que ela quer, de maneira muito prática”.

“Em conjunto com a arquiteta e a Dessine, nós criamos as ambientações da casa, com nomes muito simples, como ‘meia luz’ e ‘suave’", explica Ricardo Lupiano, sócio e CEO da Vansati. “Então a pessoa aperta um botão e o ambiente simplesmente muda. Ela não sabe o que acontece, mas aquilo se transforma. E assim foi possível explorar muito mais a arquitetura da casa. Ficou muito bonito mesmo”, avalia Ricardo, que destaca a sinergia com a arquiteta. “Foi muito boa a integração com a Angela, porque ela entendeu desde o início o conceito de automação, e pediu que a gente aplicasse isso de uma forma fácil. Ela nos ajudou em todo o processo, desde a escolha dos acabamentos, no posicionamento dos keypads, até a criação das cenas, das atmosferas”. Além do controle de luz, o sócio da Vansati coordenou o planejamento e a execução de outras funcionalidades de automação, como o controle de ar-condicionado, o controle da cascata (bombas da piscina), o controle de acesso e a rede de internet.

DESAFIO

Ricardo Lupiano conta que a proprietária, moradora de Londres, já estava acostumada com a tecnologia de automação europeia, de alto padrão, que é a mesma utilizada pela Vansati. “Já era uma demanda da cliente utilizar tecnologia no projeto, então tudo fluiu muito fácil, sem precisar de explicações ou ‘convencimentos’”, diz.

“No entanto, como a casa também vai ser colocada no Airbnb [plataforma de aluguel de hospedagem], nosso desafio foi criar um sistema de automação que qualquer pessoa que chegar saiba usar, sem precisar de treinamento ou de suporte para ligar. Essa foi a nossa maior preocupação. Então todos os keypads seguem um padrão de escrita dentro da casa, todos estão gravados a laser. A pessoa lê e sabe o que vai acontecer ali”, explica o engenheiro eletrônico. “Também lançamos mão de várias interfaces touchscreen espalhadas pela casa, para que as pessoas possam ter acesso a todas as funcionalidades da automação”, acrescenta.

Tudo pode ser monitorado remotamente pela proprietária, estando em Londres ou não. “Há, inclusive, um integração do sistema de controle de acesso (fechadura digital) com o aplicativo do Airbnb. Quando a pessoa aluga o imóvel pelo aplicativo, ela recebe automaticamente um código para acessar a casa”, explica Ricardo.

Ele destaca também a questão da eficiência energética do imóvel. “Nenhum hóspede pode sair da casa deixando tudo ligado. O sistema permite que a proprietária mantenha tudo desligado à distância. Existe uma tecla ‘master off’ em que a pessoa, na hora de sair, pode desligar a casa toda, e a proprietária também fica sabendo. Ar-condicionado, luzes, bombas da piscina, até a troca de senha de internet, por segurança, tudo pode ser gerenciado remotamente”.

Para Flávia Andrade, a integração da arquitetura com a automação de ponta foi um sucesso. “Creio que isso trouxe para a proprietária uma sensação de valorização do resultado, e da praticidade que a automação pode acrescentar à vida”, conclui.